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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Chegaremos a Marte?

A conquista de Marte será  a grande aventura humana do séc.XXI. Já se fazem os primeiros planos para esta viagem, mas estará o homem preparado para tal?








A ideia de um voo tripulado a Marte tem ganhado muitos adeptos  nos últimos anos, de tal forma que a organização não-governamental holandesa Mars One quer colocar seres humanos em Marte em 2023, tendo lançado em 22 de Abril deste ano um programa de recrutamento de voluntários. O projeto é apadrinhado pelo prémio Nobel da Física de 1999 Bas Landsdorp e tem um orçamento de 4,6 mil milhões de euros Há candidatos provenientes de mais de cem países (segundo  Bas Landsdorp), contudo ainda não há nenhum português inscrito. Veja o vídeo de apresentação do projeto:




Os candidatos a astronautas terão que ter mais de 18 anos, com capacidade de criar e manter relacionamentos, que sejam capazes de auto-análise e confiança, que sejam curiosos, criativos, flexíveis e desembaraçados, que tenham noções básicas de inglês e que tenham a plena noção de que esta poderá ser uma viagem sem regresso à Terra.
As candidaturas estão abertas até 31 de Agosto. No total, a organização procura 24 astronautas, que serão enviados para Marte em grupos de quatro (dois homens e duas mulheres, para que possam reproduzir-se), para estadias de sete meses. O primeiro grupo parte para Marte em Setembro de 2022. De dois em dois anos será enviado um novo grupo, que no Planeta vermelho viverá em casas de 50 metros quadrados e cultivará os seus próprios alimentos.
Os astronautas selecionados serão treinados entre 2016 e 2021 em compartimentos que simularão as condições físicas e atmosféricas marcianas. Os finalistas serão escolhidos pela Mars One e através de um programa televisivo, havendo a possibilidade da estadia em Marte ser filmada.

Quais são os riscos de uma viajem a Marte?

O programa Mars One tem sido visto com reservas e algum ceticismo por parte de diversas agências espaciais ( INTA e ESA, por exemplo). De facto, vários riscos se colocam àqueles que tiverem a ousadia de "embarcarem" numa viagem para Marte. Apresentam-se, em seguida, três dos principais.

Radiação
Moléculas de DNA sendo atravessadas por partículas pesadas
Segundo um estudo da New Scientist, este é o maior perigo para a viajem a Marte. Os raios cósmicos  consistem em protões e núcleos atómicos pesados que se deslocam a altas velocidades e que podem destruir moléculas de DNA, elevando significativamente o risco do aparecimento de cancro.





Microgravidade

Os intrépidos viajantes de uma missão a Marte estariam, em princípio, sujeitos a gravidade zero. Apesar de parecer divertido poder flutuar até à casa-de-banho, o corpo humano nesta condições está sujeito a diversos problemas:
  • Perda de massa óssea (cerca de 1% por mês);
  • Desmaios após entrar num campo gravitacional;
  • Problemas cognitivos, incluindo sintomas de Alzheimer;
  • A fraqueza e falta de aptidão cardiovascular;
  • Atrofia muscular








Problemas psicológicos

Astronauta Donald K. e o cosmonauta Aleksey Leonov .
Colocar seis ou sete peossoas num espaço confinado por 18 meses, enviá-las para um lugar onde ninguém esteve antes, com nenhuma maneira de escapar, é susceptível de produzir stresse, tensão e, talvez, problemas psiquiátricos graves, de acordo com o estudo NASA's 2009 Human Research Program report.



Micrometeórides

O impacto de micrometeoroides e de outros corpos celestes (cometas, asteroides...) são ainda um potencial risco. As naves espaciais e satélites colidem frequentemente com micrometeórides, pelo que são um problema a ter em conta.







Bibliografia:
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=3182014&page=3, consultado em 21/06/13
http://mars-one.com/en/about-mars-one/about-mars-one,  consultado em 21/06/13
http://news.discovery.com/space/history-of-space/mission-to-mars-health-risks-110718.htm, consultado em 21/06/13






2 comentários:

  1. Olá José Pedro
    Não me parece que a viagem seja muito apelativa mas o mais importante serão as conclusões que a ciência poderá tirar relativamente ao conhecimento do Universo e até das vantagens que poderão resultar das diferentes condições noutro planeta, por exemplo mistura de metais que seria impossível com a nossa gravidade e donde poderão resultar ótimos materiais de construção.
    Isto é apenas um pequeno exemplo.
    Mas não podemos esquecer este nosso Planeta que anda tão maltratado embora eu
    concorde, em absoluto, com o grande investimento no estudo do Cosmos porque nós somos parte dele e portanto é obrigatório conhecermo-nos.
    Um abraço.

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  2. Queria lhe agradecer desde já pelo seu comentário.
    Concordo consigo em alguns aspetos. Apesar de ser um projeto visionário com grande interesse científico, penso que ainda não temos tecnologia para tornar tal viagem viável. Era capaz de pôr as minhas mãos no fogo como este século chegaremos a Marte, mas acho que 2023 é muito cedo. Mas isto é apenas a minha opinião.
    Abraço

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